Por estes dias eu estava conversando sobre música com uma grande amiga minha que embora se interesse por conversas mais intelectuais reprovava minha atitude de ataque ao que chamo de brega-popularesco, afinal, ela é adepta de músicas do mainstream, e alguns entretenimentos
espalhados por aí pela grande mídia manipuladora dos fracos.
Chamo de brega-popularesco aquele estilo musical, ou cultura consumida pela grande massa que é vítima da enorme propaganda do efêmero e falso realizada pelas grandes redes, sendo que na verdade deveriam passar a analisar a qualidade do produto através de senso crítico, e não pela aprovação em massa propagada pela TV.
Voltando à minha amiga, ela afirmava que eu estava menosprezando a cultura das outras pessoas, e que apenas levantava a bandeira do meu estilo musical por ser meu estilo musical preferido.
Na verdade, o que me motiva a atacar o brega-popularesco é o fato de ele ser uma cultura proposta pela direita, a fim de calar o povo no melhor estilo: "pão e circo" e vedá-los para não refletirem sobre a sociedade atual em que vivemos, e a prova disso é que no brega-popularsco você jamais verá músicas com letras de revolta. Em um Brasil onde a ordem pública é perturbada por criminosos o tempo todo, e as autoridades gastam o dinheiro com Copa do Mundo e Olimpíadas em vez de investirem em obras contra as enchentes que assolaram o Rio de Janeiro nas últimas semanas, as músicas que expressam o pensamento do povo são músicas como o "Rebolation", e várias outras em que se dá a impressão de que tudo vai bem, tão bem que nos resta apenas beijar na boca.
O recreio popularesco tem como fim silenciar o brasileiro.
Em suas artimanhas a direita coloca o funk como a expressão cultural mais profunda da perifeira. Tentam inverter os valores colocando as mulheres-fruta como símbolo do feminismo enquanto na verdade não passam apenas de uma das várias ferramentas que mostram o poder do machismo aflorando nessa sociedade atual que se diz defensora dos direitos feministas.
Depois ainda tenho que encarar vários reacionários que me dizem: "você é contra a cultura do povo, seu classe-média preconceituoso!".
Na verdade preconceituosos são os donos das indústrias, os latifundiários, direitistas que se fundem com a mídia e propagam a cultura do efêmero na intenção de tampar os olhos de todos para que não vejam as mazelas do nosso país. Preconceituosos são eles que não permitem que as pessoas das periferías se tornem grandes figuras públicas pois não conseguem enxergar a chaga que se abre em seu próprio solo.
Lutemos então contra a grande mídia e seus filhos cancerígenos.