"Seu comentário é o único retorno que pedimos, vale como feedback, nos ajuda a melhorar nossos posts e serve de reconhecimento pelo nosso trabalho, comente as postagens, isso nos incentiva e nos deixa feliz."

11/09/2010

Tarantino's Mind

Esse post é dedicado a todos os fãs do diretor Quentin Tarantino, se bem que, fã que é fã mesmo, já viu isso aqui tem muito tempo... mas enfim, a intenção é o que conta. O Blog Stalkers lhe deseja uma boa sessão!

22/08/2010

Obesidade Mental

Me chamam de estranho quando me pegam lendo algo do Dostoievski, ou quando falo que ouço ópera. Quando ligo o meu Jazz, perguntam; “como é que você consegue ouvir isso?” Se você gosta de ler essa blog, talvez você goste dos mesmos assuntos, então, já se deparou com essas situações, ainda mais se moram em uma cidade pequena.

Os valores foram invertidos. Obesidade Mental. Esse era o assunto de um email que eu recebi na última semana. O termo Obesidade Mental foi colocado – de forma inteligentíssima pelo Antropólogo Andrew Oitke em seu livro Mental Obesity.

Compreende-se que o excesso de gordura física causa prejuízos ao organismo humano. Os abusos no campo das informações também causam dano, mas ao cérebro. Nas palavras do antropólogo: “A nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de proteínas, mais intoxicadas de lugares-comuns que de hidratos de carbono. As pessoas viciaram-se em esteriótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada. Os cozinheiros desta magna “fast food” intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema. Os telejornais e telenovelas são os hambúrgueres do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.”.

“O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas.” Diz ele.

Para Andrew, a imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir e manipular. “O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades. Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy. Todos dizem que a Capela Sistina tem teto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve. Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê. Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto. Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência.

É só uma questão de obesidade. O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento e progresso, é só uma questão de dieta mental.


Por Neanderthal

11/08/2010

Aos leitores:

Um novo período se inicia em nossa vida acadêmica, e mais uma vez ficamos em falta com nossos leitores. Mas prometemos recompensá-los com um post mindblowin', em breve...
Obrigado.

24/07/2010

Dança Húngara No. 2



Então qual é a sua intenção?
Minha intenção é ter a intenção de te dizer minha intenção.
Não faz sentido algum ter uma intenção dessas.
Claro que não SE você tiver perguntado sobre uma intenção querendo um sentido, intenção nada tem a ver com sentido.
Ora essa, não vejo porque não.
Não vê? Que pena eu não poder ver pra você.
Mas pode ver pra você e a partir daí me ajudar a entender
Realmente... você fez um ponto ai meu caro.
E então?
E então que sentido nada tem a ver com intenção
Vá direto ao ponto.
O ponto é simples:
Buscar sentido em uma intenção é o mesmo que tentar transformar o canto dos pássaros em equação.
Ainda não entendo.
Não entende porque tenta entender.
Claro, pois esse é o caminho...
Você sabe qual é o caminho para quantificar a sombra das folhas?
Hummm... o caminho dos átomos?
Não sei, é?
Eu que te pergunto.
É verdade, você que me pergunta.
E você que não me responde.
É verdade, eu que não te respondo.
Por que?
Porque não há resposta, ao menos não no meu bolso.
No fim acho que não aprendemos nada...
Finais não tem nada a ver com aprendizado.
Vai começar outra vez...
Não, pelo contrario, vai é acabar.
Como você pode saber?
Como, eu não sei, só sei que sei, e essas coisas simplesmente sabemos, nem mais nem menos.
“Simplesmente” nada é “simplesmente” quando se trata das gentes.
Finalmente! Só agora é que você me entende!
Ora essa, não disse agora pouco que nos finais nada se aprende?
“Aprende” entende? E não “entende”.
Mas um está relacionado ao outro.
Nem tudo que rima se relaciona.
É verdade, mas nesse caso sim, e você disse.
Foi você que disse primeiro.
Mas você reforçou!
Fiz isso mesmo?
Fez isso mesmo.
Então me desculpe, não era minha intenção.
Então qual é a sua intenção?
(Ad infinitum)

23/07/2010

Sabonete não! Assim como Conversas

  Gosto das pessoas! Não de conversar com elas. Mas de poder vê-las em suas respectivas relações e atividades do cotidiano. Muitas vezes são cômicas, e outras, deveras dramáticas.
  Hoje pela manhã, acordei bem cedo. Escovei os dentes, coloquei uma roupa de fim de semana, - mas ainda é quarta-feira, desci os seis andares do prédio em que moro, e subi a ladeira até um café que existe aqui perto. Pedi um chocolate quente. O balconista me ofereceu creme, para colocar, mas eu recusei. O creme que eles usam tem gosto de sabonete. Eu não gosto de sabonetes. Eles são ruins para minha pele. As pessoas dizem que não, mas eu sei que são ruins para minha pele. Prefiro apenas jogar água pelo corpo, mas sabonete não!
  Estava ali por perto uma mulher muito bonita de rosto, mas seu corpo parecia frio aos meus olhos, eu realmente não senti nenhuma excitação ao olhá-la. Mas seu rosto me chamava muito a atenção. Eu gostaria de falar com ela, mas não fui. Sempre tenho vontade de falar com as pessoas, mas depois que puxo uma conversa, eu me arrependo, e arranjo uma forma de me livrar do sujeito. Até agora não sei por que seu rosto me chamava a atenção, só sei que peguei meu chocolate, virei para o balcão e comecei a beber. O garçom puxou uma conversa comigo. Olhei bem dentro de seus olhos. Levantei-me, e me pus a caminhar a uma outra mesa, e sentei em uma cadeira de forma que eu pudesse ficar de costas para ele. Não me importei com nada do que fiz, e ainda não me importo. Em minhas observações das pessoas, eu posso dizer que já vi coisa bem pior, afinal, o que há de errado em ignorar as pessoas?Muitos gostariam de ter a coragem de ignorar as pessoas, acontece que TODOS têm vontade, mas poucos realmente agem da forma que pensam.
  Chega ao café uma mulher loira e alta. Eu gostei de seus quadris. Ela perscruta com seus olhos por todo o estabelecimento e acha a mesa da “fulaninha” que comentei, e se dirige para lá.
  Começam as apresentações, e com elas, minhas observações. Ouço:
-Parabéns... Seu aniversário foi ontem não?
  Não sei por que as pessoas dizem parabéns para a as outras em aniversários. Você se encontra naturalmente mais velho, e é algo que você não pode controlar. E não é nada de mais, apenas um processo. Parabéns se dá a uma pessoa quando ela realiza algo fora do ordinário, é uma congratulação. Sinto um profundo ódio quando alguém me parabeniza pelo aniversário.
-Eu tenho que te contar algo muito importante...
-O que foi? O que é, fale logo, o que tem tanta importância assim?
Nessa parte eu atentei mais ainda para suas palavras, estava quase pulando da mesa para saber o que ela iria dizer.
-Nossa menina... Vou te contar, não sei o que fazer em relação ao Pedro! Ele fica me ignorando e achando que isso de alguma forma vai me fazer ir pra cama com ele. Coitado dele, mal sabe ele que sou diferente de TODAS as outras! TODAS! Não sou “qualquerumazinha” que fica doida se um cara não liga pra ela 3 dias depois do primeiro encontro...Mas poxa, já são 5 dias! Ai menina... Será que ele vai ligar?
  Depois deste depoimento, eu fiquei realmente pasmado. Não sabia o que fazer.
  Como algo assim, uma coisa tão frívola pode ganhar tanta importância para alguém?
  Eu senti um profundo nojo de tudo isso! Lembrei-me de todas as merdas que pessoas como essa garota dos quadris, falaram para mim, no mesmo tom de importância e confidência. Esse nojo rapidamente se tornou ódio e raiva, e procurei por algo que eu pudesse utilizar com tremenda violência com a mulher. A única coisa que encontrei foi o meu chocolate quente, que eu peguei, segurei pelo cabo da caneca, me levantei e me dirigi hasta el punto. Olhei bem dentro de seus olhos com um olhar: “vai se foder sua vadia, você não tem razão”. Joguei o líquido em seu rosto, e quebrei a caneca em cima da mesa. Pena que o liquido não estava mais tão quente assim. Achei que estivesse. Não estava.
Elas ficaram com uma cara de muito assustadas. A que eu achei que possuía um rosto interessante pulou da cadeira. Mas no fim, percebi que ela tinha esboçado um sorriso mínimo e rápido.
  As pessoas me olharam como se eu estivesse muito drogado. Hipócritas. Na maioria das vezes elas querem também fazer o que eu fiz nesse momento. Mas preferem manter a pose. Se as pessoas não gostassem de manter a pose, e houvesse mais reações como a minha, eu duvido muito que o mundo estaria assim como está hoje. As pessoas pensariam mais no outro primeiro, em vez de falarem merdas fodas que culminam em reações como a minha.
  Apenas olhei nos olhos de todos enquanto ela pestanejava atrás de mim, e depois disso, me retirei e fui para casa. Agora estou aqui, me lembrando disso tudo, e escrevendo esse conto, e colocando nesse blog.


Por Neanderthal

13/07/2010

Pixies - Discografia

Caso ainda não conheça essa fantástica banda de rock alternativo, dê um presente a si mesmo baixando essa impecável discografia.

Pixies - Come On Pilgrim [EP] (1987)



   1. "Caribou" – 3:14
   2. "Vamos" – 2:53
   3. "Isla de Encanta" – 1:41
   4. "Ed Is Dead" – 2:30
   5. "The Holiday Song" – 2:14
   6. "Nimrod's Son" – 2:17
   7. "I've Been Tired" – 3:00
   8. "Levitate Me" – 2:37

LINK: http://www.mediafire.com/?ftncyjigimw


Pixies - Surfer Rosa (1988)


   1. "Bone Machine" – 3:02
   2. "Break My Body" – 2:05
   3. "Something Against You" – 1:47
   4. "Broken Face" – 1:30
   5. "Gigantic" – 3:45
   6. "River Euphrates" – 2:33
   7. "Where Is My Mind?" – 3:53
   8. "Cactus" – 2:16
   9. "Tony's Theme" – 1:52
  10. "Oh My Golly!" – 1:48
  11. "Vamos" – 4:18
  12. "I'm Amazed" – 1:42
  13. "Brick Is Red" – 2:00

LINK: http://www.mediafire.com/?zdw0awnmq0m


Pixies - Doolittle (1989)


   1. "Debaser" – 2:52
   2. "Tame" – 1:55
   3. "Wave of Mutilation" – 2:04
   4. "I Bleed" – 2:34
   5. "Here Comes Your Man" – 3:21
   6. "Dead" – 2:21
   7. "Monkey Gone to Heaven" – 2:56
   8. "Mr. Grieves" – 2:05
   9. "Crackity Jones" – 1:24
  10. "La La Love You" – 2:43
  11. "No. 13 Baby" – 3:51
  12. "There Goes My Gun" – 1:49
  13. "Hey" – 3:31
  14. "Silver" (Francis, Kim Deal) – 2:25
  15. "Gouge Away" – 2:45

LINK: http://www.mediafire.com/?d1ttm14h1tj


Pixies - Bossanova (1990)


   1. "Cecilia Ann" (The Surftones) – 2:05
   2. "Rock Music" – 1:52
   3. "Velouria" – 3:40
   4. "Allison" – 1:17
   5. "Is She Weird" – 3:01
   6. "Ana" – 2:09
   7. "All Over the World" – 5:27
   8. "Dig for Fire" – 3:02
   9. "Down to the Well" – 2:29
  10. "The Happening" – 4:19
  11. "Blown Away" – 2:20
  12. "Hang Wire" – 2:01
  13. "Stormy Weather" – 3:26
  14. "Havalina" – 2:33

LINK: http://www.mediafire.com/?xjqlrdudf4w


Pixies - Trompe Le Monde (1991)
  

   1. "Trompe le Monde" – 1:48
   2. "Planet of Sound" – 2:06
   3. "Alec Eiffel" – 2:50
   4. "The Sad Punk" – 3:00
   5. "Head On" ("Jesus and Mary Chain" Cover) – 2:13
   6. "U-Mass" – 3:01
   7. "Palace of the Brine" – 1:34
   8. "Letter to Memphis" – 2:39
   9. "Bird Dream of the Olympus Mons" – 2:48
  10. "Space (I Believe In)" – 4:18
  11. "Subbacultcha" – 2:09
  12. "Distance Equals Rate Times Time" – 1:24
  13. "Lovely Day" – 2:05
  14. "Motorway to Roswell" – 4:43
  15. "The Navajo Know" – 2:20

LINK: http://www.mediafire.com/?efnaxkjwmh0

09/07/2010

"O Sonho de um Homem Ridículo" (Son smeshnogo cheloveka / Сон смешного человека) - 1992

Adaptação do conto "O Sonho de um Homem Ridículo" de Fiódor Dostoiévski, feita por Aleksander Petrov. O curta utiliza a técnica da animação de tinta a óleo.

O Blog Stalkers lhe deseja uma boa sessão!


1ª parte:


2ª parte:


Por JV. Pinheiro

08/07/2010

Lie To Me

Esse post demorou, mas chegou, e finalmente vocês nos lerão novamente.
Durante essas semanas que se passaram, assisti a uma série da Fox, e que me causou uma brainstorm. Lie to me.
As idéias da série tanto martelaram minha cabeça por muitos e muitos dias, que pensei (e não sei por que demorei pensar nisso) em escrever um post sobre tal tema.
Em Lie to me, temos como história geral, uma empresa – The Lightman Group – liderada por Dr. Cal Lightman, que é especializada em analisar depoimentos, e fazer uma leitura das micro expressões e linguagem corporal dos indivíduos que concedem os depoimentos, e determinar a veracidade dos mesmos com base em argumentos científicos.
O Grupo se envolve em vários casos que vão de assassinato até traições em casamento, o que achei muito legal, pois mostra que a série é bastante diversificada em relação as situações.
Desde o primeiro capítulo me tornei fã. Mas quando resolvi pesquisar sobre a ciência por trás do show, fiquei em estado de tensão máxima.
O personagem Dr. Lightman é baseado no Ph.d. estadunidense Dr. Paul Ekman, e o Lightman Group foi baseado no The Ekman Group. O que deu um background real para a ciência apresentada na série, e que a tornou mais sensacional ainda. Ora. Se pensarmos em Cal interrogando você e apontando o dedo na sua cara e dizendo: “Você está mentindo, eu sei!”. E revelando suas micro expressões faciais que mostram que você está realmente mentindo. E ver que isso tudo é aplicável (a medida do possível) na vida real. Fascinante!
De acordo com Paul Ekman, sentimentos como medo, felicidade, nojo e outros são expressos por nossa face, e nosso corpo. Essas expressões são universais. E para provar isso, ele viajou o mundo, e pesquisou e fotografou as expressões destacadas nas faces de diversos homens, mulheres e crianças, dos mais letrados, até aos membros se tribos da África e Austrália afastadas da civilização. E o que ele pode concluir: As expressões são universais.


A analise de micro expressões é uma ciência que realmente pode nos ajudar e muito. Como por exemplo: o grupo Ekman, treina policiais de aeroporto, para que eles consigam interpretar algumas micro expressões presentes na face de supostos terroristas, estelionatários, traficantes e outros criminosos, o que pode facilitar a apreensão, e evitar conflitos posteriores, melhorando a segurança para os cidadãos. E fora outras aplicações que podem ser feitas com tal ciência.
A série tem seus altos e baixos, mas esse post nem é uma avaliação técnica sobre o show, e sim um apontamento sobre um assunto realmente interessante.
Segue um vídeo, sobre a aplicação dessa técnica, de polígrafo, bastante usada na série, e daí vocês conheceram um pouco mais desse assunto tão diferente. O vídeo é sobre a detecção de mentiras de Bill Clinton, em relação ao seu relacionamento com Monica Lewinski.



Por Neanderthal

06/07/2010

Aos leitores...

Meus caros, estamos tentando ajustar nossa produção com nossas vidas acadêmicas, peço que nos perdoem, mas logo logo etaremos publicando novos posts, com bons temas, pois primamos pela qualidade aqui, em vez de um trabalho corrido e sujo... May the force be with you...

29/06/2010

A Arte e o Tempo (des)construídos a partir de 13 olhares distintos.


Leonardo da Vinci - Mona Lisa (1503–1506)




Parmigianino - Madonna do Pescoço Longo (1534 - 1540)


Diego Velázquez - As Meninas (1656-1657)



Michelangelo Merisi da Caravaggio - A Prisão de Cristo (1602)




Pierre-Auguste Renoir - O Moinho de la Galette (1876)




Vincent Van Gogh - Noite Estrelada Sobre o Ródano (1888)




Claude Monet - A Ponte Sobre o Lago Water-Lily (1900)




Pablo Picasso - Moça Diante do Espelho (1932)




Salvador Dalí - Sonho Causado Pelo Voo de uma Abelha ao Redor de Uma Romã um Segundo Antes de Acordar (1944)




Piet Mondrian - Broadway Boogie Woogie (1943 - 1944)




Jackson Pollock - Número 8 (1949)





René Magritte - A Queda (1953)





Andy Warhol -
Capa do Album "Velvet Underground and Nico" (1967)


Por JV. Pinheiro

Nossa primeira tirinha...

Se a imagem ficou pequena, dê um zoom em sua tela, ainda estamos resolvendo problemas técnicos, por favor, nos desculpem! Mais uma vez!

Verdade absoluta e verdade subjetiva

Durante muito tempo, homens e mulheres de diversos segmentos gastaram parte de suas energias conjeturando sobre a procedência da VERDADE. Parte desses indivíduos morreram na merda, e sem conseguir chegar a lugar nenhum. Outros, talvez conseguiram chegar à algum lugar, mas que não os satisfizeram. Perguntas como: “Existe uma verdade absoluta?” consumiram a alma de tantas pessoas, que se é impossível chegar a uma estimativa de quantas pessoas passaram horas e horas pensando sobre o tema.

Talvez caro leitor, essas perguntas também tomem parte do seu precioso tempo, e até interferem em suas escolhas, mas aqui estou eu para esclarecer alguns pontos. Afinal, eu já pensei, e muito sobre tudo isso.

Acompanhem a seguir uma fórmula simples que descobri em meio as minhas leituras cotidianas, e que me fez cagar tijolos ao descobri-la.

Vamos analisar a seguinte frase:
“Não existe uma verdade absoluta.”
Bom, isso é o que muitos afirmam, e é o princípio de muitas filosofias por ai. Mas, veja bem. Se NÃO existe uma verdade ABSOLUTA, como podemos concluir que esta sentença é uma VERDADE? Ora, portanto, ela é uma sentença falsa em si mesma.
Ela é falsa em si mesma, pois não satisfaz seu próprio padrão. É como se eu estivesse digitando aqui e agora: “Eu não consigo digitar e postar aqui!” Você se perguntaria: “Bem, mas como não, se o faz agora mesmo?”

Vemos muitas pessoas em nossa cultura pós-moderna fazendo esses tipos de afirmações, “Toda verdade é relativa!”, mas agora você esta armado para refutar essas afirmações.

Agora, para dar mais um complemento, quero dizer que a verdade, ela pode ser vista por diferentes ângulos. Eu posso achar que esse blog é bom, e você pode achar esse blog uma verdadeira bosta. Podemos concluir então que a verdade é subjetiva. Sim meus stalkers, ela não é absoluta, e sim subjetiva, essa é a palavra: subjetividade.

Acho que por todo esse tempo, as pessoas estavam tentando usar essa palavra em vez de absoluta, mas, continuando, desse ponto de vista, podemos concluir que a verdade é SUBJETIVA. Nenhum fato é mais factual que outro.

A primeira vez que tive contato com essas informações, minha cabeça explodiu, mas consegui reconstituir ela, e não me pergunte como...


27/06/2010

Aos leitores...

Queremos pedir aos nossos leitores que nos desculpem por termos postado alguns materiais repetidos, como o conto Reflexo e a análise livre do filme Perfume, aqui na página de início. Mas há uma explicação plausível para isso. Estamos passando por alguns problemas com relação a estruturação do blog e suas ferramentas. Problemas estes típicos de iniciantes como nós. Mais uma vez pedimos que nos perdoem, mas aqui estamos tentando fazer o possível para trazer um material de qualidade e uma apresentação também à altura. Obrigado pela atenção.

A busca pela individualidade

“Vivemos, agimos e reagimos uns com os outros; mas sempre, e sob quaisquer circunstâncias, existimos a sós.” Aldous Huxley no início de seu livro “as portas da percepção, de 1954, causa uma “brainstorm” em nós. E ainda continua: “Os mártires penetram na arena de mãos dadas; mas são crucificados sozinhos. Abraçados, os amantes buscam desesperadamente fundir seus estases isolados em uma única auto-transcedência; debalde. Por sua própria natureza, cada espírito, em sua prisão corpórea, está condenado a sofrer e gozar em solidão.”

Ora. Essa, caros leitores, não é uma sentença verdadeira? A experiência que nós temos marcadas em nossas essências, não nos é intransferível? Pois bem, atentem para a continuação:
“Sensações, sentimentos, concepções, fantasias – tudo isso são coisas privadas e, a não ser por meio de símbolos, e indiretamente, não podem ser transmitidas. Podemos acumular informações sobre experiências, mas nunca as próprias experiências. Da família à nação, cada grupo humano é uma sociedade de universos insulares.”
Huxley, nessa parte de seu livro, nos passa uma informação de ouro, no que diz respeito à aquisição de experiências na formação do caráter do indivíduo. Vejamos. Se as experiências são próprias, e intransferíveis, então, cada pessoa possuí um caráter único.
Passando para outro ponto, quero que percebam uma característica que se manifesta na no segmento jovem da nossa sociedade atualmente. É a preocupação em se tornar único, e deixar uma marca singular, que de longe seja vista, e que seja contestadora, em relação à opinião do outro.
Mas na verdade, não é isso que acontece. O que acontece realmente é a adesão desses jovens á uma cultura comum entre eles mesmos, que acaba criando uma massa que age da mesma forma – achando que está agindo diferentemente – e, portanto, na tentativa célere de encontrar um lugar onde se possa ser visto de forma peculiar, acaba participando de uma massificação alienada.
Tomemos como exemplo a subcultura gótica. Se formos pesquisar sobre tal subcultura, veremos que sua origem é tão rica quanto sua filosofia. Ela se estende aos vários campos: literatura, música, filmes, teatro e tantos outros. Mas jovens que tentam encontrar sua singularidade nesse mundo deturparam o significado de todo o desenvolvimento da subcultura gótica, e a diminuíram apenas a comportamentos violentos, música melódica depressiva, e noites regadas à bebedeira em cemitérios. E transformaram uma filosofia rica, com seguidores que eram (e ainda são) verdadeiramente singulares, em um movimento pobre, alienado, e que se perde em suas próprias ideologias. E esse processo aconteceu com muitas outras subculturas também.
Portanto, para você que busca essa singularidade em relação ao outro: tome cuidado, pois acabará por se perder, e ficará pelo caminho. Como vemos nas palavras de Huxley, por natureza já somos únicos. Não é necessário então que busquemos essa diferença que supostamente é oferecida por movimentos contemporâneos jovens. Faça seu próprio caminho.

Perfume, a história de um assassino, a relação mãe-bebê, e Winnicott

Vocês já assistiram ao filme Perfume, a história de um assassino? Caso não tenham visto, deixo aqui a dica!
Essa nova página em nosso blog chama-se Análise livre, pois nela pretendemos analisar filmes, livros, quadrinhos, álbuns, e outros da forma que nos der na idéia. Nossa primeira análise é sobre o filme Perfume, e vamos aplicar nessa análise a relação mãe-bebê como visto pelo psicanalista Winnicott, já que atualmente existe uma enorme população crescente que se preocupa pelo desenvolvimento das nossas crianças. Esse texto poderá trazer algumas novidades, e uma visão nova para você caro leitor.
Para se entender essa visão do filme, nos é necessário apresentar uma visão geral e rápida da teoria.
Atenção, isto aqui se tornou uma área de spoilers...
Winnicott dedicou grande parte de seu tempo com os estudos da relação mãe-bebê, e pode se dizer que essa é a essência de seus estudos.
O desenvolvimento emocional do bebê, as habilidades e o cuidado materno às necessidades do bebê eram caminhos freqüentemente encontrados em seu trabalho, e são duas diretrizes que se cruzam e que apóiam sua frase "não existe essa coisa chamada bebê", pois para Winnicott o bebê não pode existir sozinho, já que não pode viver sem a figura materna que vai lhe prover ambiente e atender as suas necessidades, o que vai levar o bebê ao amadurecimento.
Dependência. No início de sua vida, o bebê possui dependência absoluta em relação à mãe, então necessita de uma certa identificação com a mãe, e esta deve ser capaz de atender as suas necessidades, e a partir dessas condições, favoráveis ou desfavoráveis, o bebê tem sua subjetividade formada e vem a ser de modos diferentes conforme isso.
Winnicott diz que Para que a criança possa se desenvolver ela precisa ter um ambiente facilitador (onde seus tutores lhe ofereçam a capacidade de evoluir) - holding - e uma boa relação com a mãe. “Ao lhe dar amor, a mãe fornece-lhe uma espécie de energia vital que o faz progredir e amadurecer”.
O afeto e o amor são fundamentais para um bom desenvolvimento. Jean Baptiste (personagem principal do filme) foi rejeitado e abandonado ao nascer e depois foi levado a um orfanato. Não teve um ambiente facilitador nem ninguém que substituísse o papel da mãe e o ajudasse e ensinasse a desenvolver de forma adequada o seu dom. Nunca houve alguém que o amasse, somente pessoas que queriam tirar proveito dele de alguma forma (isso será percebido ao longo do filme).
A criança adquire experiência brincando. Ela brinca para dominar a angústia.
Jean Baptiste nunca brincou, trabalhou desde criança. Portanto, não pôde aprender a lidar com suas angústias.
A criança só pode reconhecer alguém como ser humano quando é reconhecida como ser humano.
Jean Baptiste não conseguia se perceber (quando ele está na caverna diz-se que ele não conseguia sentir seu cheiro e que se preocupou por nunca ter deixado sua marca – que seria o cheiro – e ninguém nunca o teria percebido por esse motivo. Como nunca teve ninguém que o reconhecesse, ele mesmo não se reconhecia e não era capaz de reconhecer outras pessoas enquanto seres humanos. Fazer o melhor perfume foi a maneira que ele encontrou de ser reconhecido e amado (ele passa o perfume e imagina a primeira garota que ele matou cheirando-o, abraçando-o, como se ela o amasse). Ele retorna ao lugar onde nasceu e derrama o perfume sobre si. Isso me pareceu ser a maneira dele lidar com a rejeição que sentia, como se essa fosse uma forma dele ser aceito no seu lugar de origem e tornar-se parte daquele lugar novamente.
Uma frase que transmite bem todas essas coisas é dita no fim do filme: “Só havia uma coisa que o perfume não podia fazer: não podia fazer dele uma pessoa capaz de amar e ser amado como todas as outras”.
Espero que este texto tenha agradado, e acrescentado algo para vocês, se gostaram, comentem, e nos envie e-mails. Até a próxima.

Por Neanderthal

Reflexo




E o dia amanhece em sépia. O homem levanta, se dirige ao banheiro e urina como normalmente faz todos os dias após se levantar. Ainda meio letárgico ele abre a torneira da pia e enxágua seu rosto.
Agora ativo, pode através de suas rugas e cabelos brancos perceber o peso de seus quarenta e sete anos refletidos no espelho. Não que ele fosse velho, tampouco tivesse as feições se um idoso - era alto em seus 1,85m, por onde eram distribuídos 87 kg, caucasiano, olhos castanhos e expressivos - mas já não tinha a juventude que outrora ele havia tratado com apatia.
Naquele momento, veio em sua mente: "vaidade das vaidades, tudo é vaidade". E lembrou-se também de uma frase que lera na última noite antes se dormir, era de um conto de Saramago: "o sonho é um prestidigitador hábil, muda as proporções das coisas e as suas distâncias, separa as pessoas, e elas estão juntas, reúne-as, e quase não se vêem uma à outra..." Percebera então que o que vivera até ali era puramente ilusões, e nada era o que parecia ser.
- Como pude viver desta forma? - Perguntou.
O espelho ríspido e prontamente rebateu:
- Dize-me tu!
- Hein?
- Sim. Dize-me tu! O único que pode responder a esta pergunta é você mesmo. Você quis viver assim, ou alguém te impôs este modo de viver?
- Espere... Não sei... Como você está falando?
- Acalme-se! Se foque em minha pergunta.
O homem, um tanto atônito, começa a refletir na pergunta do espelho.
- Você tem razão! Talvez eu tenha escolhido este modo de viver. Minhas decisões... Aquela vez... Minhas palavras tão duras e amargas...
Neste exato momento o espelho estoura, e um estilhaço voa no rosto daquele que se encontrava em devaneio pensando na vida, como se fosse um tapa, e este por sua vez começa a sentir um reboliço em seu estômago. Ele olha para a privada e começa a ver o odor subir, para lá se direcionou e vomitou uma substância de cor marrom. O espelho para de falar e o dia perde seu tom sépia. Caiu a ficha: "Não devo tomar chá de cogumelo antes de dormir, o sonho é um prestidigitador hábil!”.

Por Neanderthal

23/06/2010

A música transcendental de Hermeto Pascoal

Palavras se tornam desnecessárias quando Hermeto Pascoal (um dos maiores músicos vivos do mundo) e sua trupe resolvem “brincar de fazer música” com a natureza.


20/06/2010



O Primeiro Post

Clima melancólico, tons em sépia, e natureza mostrados juntos e de uma forma muito peculiar no cinema. Assim são os filmes de Andrei Tarkovski, cineasta russo, nascido em 1932. Stalker, seu filme de 1979, carrega todas essas características de que falamos, e é a fonte de inspiração para o nome desse blog caro leitor. E por quê?
Para isso é necessário que você conheça um pouco do desenvolvimento da história apresentada em Stalker. Sobre os Stalkers, sobre A Zona, sobre ser um piolho, e porque não, sobre o porco-espinho?
Vamos à sinopse: Em algum lugar do planeta, um meteoro cai - pelo menos esta é a conjectura - e a região que é atingida passa a ter ações estranhas. Sim leitores, AÇÕES. A região passa a ser chamada de A Zona. Há rumores de que dentro da Zona existe O Quarto, em que os seus desejos podem ser realizados lá. O Exército então cerca a área, para que invasores não penetrem no local, sendo que o próprio exército teme entrar na Zona. Mas, os Stalkers, são alguns poucos que possuem a habilidade de entrar na Zona e ainda permanecerem vivos. A história começa quando um escritor e um físico contratam um desses Stalkers para entrarem na Zona.
Filosofia, poesia, pintura e reflexão, muita reflexão... Tudo isso e muito mais pode ser encontrado nesse belíssimo filme. É a vida em estado bruto que pulsa em cada frame do filme. É antes de tudo um filme sobre a fé, onde é preciso que se acredite no filme para que este funcione de alguma forma.
A relação entre quem assiste com o que se assiste é tão grande que é praticamente impossível descrever a sensação de assisti-lo pela primeira vez. Cada pessoa assiste um Stalker diferente.
Parte técnica? Fotografia? Direção? Em se tratando de Tarkovsky seria chover no molhado o elogio dessas partes.
Ele era o melhor, até o Bergman reconheceu isso. Você deve estar se perguntando qual é a relação entre esse filme Russo feito 30 anos atrás e esse blog atual inicialmente elaborado por dois "moleques". Bem... A resposta dessa pergunta reside em uma poesia declamada no próprio filme pelo Stalker em pessoa:

"Agora o verão se foi
E poderia não ter vindo
No sol está quente,
Mas tem de haver mais.

Tudo aconteceu,
Tudo caiu em minhas mãos.
Como uma folha de cinco pontas
Mas tem de haver mais.

Nada de mau se perdeu,
Nada de bom foi em vão...
Uma luz clara ilumina tudo
Mas tem de haver mais.

A vida me recolheu,
À segurança de suas asas.
Minha sorte nunca falhou,
Mas tem de haver mais.

Nem uma folha queimada,
Nem um graveto partido.
Claro como um vidro é o dia...
Mas tem de haver mais. ’’

Stalker - Andrei Tarkovski

Abstraindo tudo isso para fazer caber em nossas intenções, A ZONA seria o conhecimento despretensioso, conhecimento de coisas gostosas, do nosso cotidiano, coisas que são magníficas, mas passam despercebidas. Claro, não somos retentores do conhecimento, somos apenas curiosos, e queremos compartilhar nossas curiosidades e descobertas com vocês leitores, e queremos que isso parta de vocês também, por isso estamos tentando desenvolver nossa infra-estrutura para conseguir chegar mais próximos de vocês. Stalkers, portanto, somos todos.
Uma frase dita pelo Stalker no filme: "O Stalker não pode entrar no Quarto. O Stalker não pode sequer pensar no interesse próprio, ao entrar na Zona. Lembra-se do Porco-Espinho! Sim... sou um piolho, nada fiz nesse mundo, nem nada posso fazer. Nem à minha mulher dei nada. Não tenho amigos, mas não tire o que é meu! Privaram-me de tudo lá, alem do arame farpado. Tudo que tenho, está aqui! Compreende? Aqui na Zona. Felicidade, a liberdade, a dignidade, tudo está aqui!”.
Somos todos piolhos diante dos conhecimentos do mundo, portanto, sintam-se felizes, livres, e dignos aqui na Zona, tudo está aqui.
Além de tudo isso, fica a dica, assistam ao filme, garanto que será uma experiência boa, e uma grande viajem.

MAS TEM DE HAVER MAIS...